| 
  • If you are citizen of an European Union member nation, you may not use this service unless you are at least 16 years old.

View
 

estagio AMS

Page history last edited by PBworks 17 years, 4 months ago

visitas nesta página!

 

Nossas pesquisas e produções:

 

Artigo: ESPÍRITO CIENTÍFICO NA FORMAÇÃO DE DOCENTES doc

O problema da pesquisa ppt

Gráficos ppt

 

 

ESPÍRITO CIENTÍFICO NA FORMAÇÃO DE DOCENTES

 

Angelina Kachak – Campo Largo

Arlete M. Didonet – Rio Negro

Laís Silveira de Moraes –Araucária

Neusa Osti – NRE AM Sul

Sandra Falat – Fazenda Rio Grande

 

Agradecimentos à Direção, Professores e alunos do Curso de Formação de Docentes (1.ª série – Integrado/2007) do Colégio Estadual Sagrada Família – Campo Largo, pelo apoio e contribuição relevante.

 

Resumo: Este artigo objetiva encaminhar a reflexão para o curso de Formação de Docentes, uma vez que os encontros da Prática de Formação podem tornar-se momentos privilegiados de reflexão-ação-reflexão, onde textos de autores são referenciais teóricos que contribuem para ampliar a compreensão da realidade em um determinado contexto sócio-cultural, tornando-se possível desenvolver o espírito crítico, a capacidade de abordar problemas sob a ótica científica e, em última instância, formalizar o conhecimento adquirido.

 

Palavras-Chave: Relação Teoria x Prática; Leitura; Conhecimento.

 

O trabalho realizado tem por objetivo diagnosticar como estão sendo orientadas e realizadas as pesquisas no âmbito escolar e, especificamente no Curso de Formação de Docentes. Com esta pesquisa algumas ações do corpo docente e discente poderão ser realizadas para melhorar a produção dos trabalhos científicos evitando, desta forma fraudes, plágios, cópias indevidas e, facilitando o processo ensino-aprendizagem.

 

É inegável a importância do professor para o aprendizado do aluno. No entanto há um amplo diagnóstico que a atual formação do professor não é adequada à escola atual, sendo necessárias mudanças na formação inicial do professor, bem como na formação continuada.

 

O currículo do curso de Formação de Docentes, no seu todo, “precisa captar na práxis existente os conflitos, os confrontos, os pontos de resistência, as possibilidades de avanço, enfim a contradição.” (Pimenta, 2005).

 

Assim se expressa Sandra Regina de Oliveira Garcia – Chefe do Departamento de Educação Profissional, SEED/PR (2007), em relação ao processo educativo: “A atividade de ensinar é complexa e exige dos profissionais da educação, uma formação e constituição de conhecimentos, sólida, em face da responsabilidade com os procedimentos que deverão assegurar às crianças o direito de aprender.”

 

Essa ênfase no desenvolvimento intelectual e mental do aluno da Formação de Docentes contrapõe-se a uma aprendizagem espontaneísta/natural e de acumulação de conhecimentos, buscando o desenvolvimento da capacidade de pensar, “à produção das condições em que aprender criticamente é possível. (...) nas condições de verdadeira aprendizagem os educandos vão se transformando em reais sujeitos da construção e da reconstrução do saber ensinado, ao lado do educador, igualmente sujeito do processo.” (Freire, 1996,p. 26).

 

 

É fundamental que os alunos e docentes do Curso assumam o Estágio Supervisionado como reflexão teórica organicamente articulada à prática escolar, o que consiste em realizar a observação com reflexão crítica sobre a realidade, transformando-a numa proposta criativa, cuja interferência busque a qualidade de ensino, portanto é entender a prática pedagógica como elemento articulador da relação teoria e prática, na construção de conhecimentos que possam explicar e indicar alternativas para a vivência de uma práxis pedagógica.

 

Garcia (2007) relembra o caráter pedagógico da Prática de Formação, onde os futuros professores da Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental “necessitam apropriar-se dos saberes ao longo do curso de Formação de Docentes.” E a apropriação ocorre através do acesso à produção cultural acumulada através dos tempos, pois “aprende-se a pensar, lendo os pensadores” (Libâneo, 2003).

 

A prática reflexiva só se concretizará se o refletir sobre a ação-reflexão-ação, for considerada uma ação, “uma observação e uma descrição, que exige o uso de palavras” (Schön, 1995, p. 83). O trabalho do docente consiste em analisar, questionar, dialogar, partilhar experiências com os envolvidos no trabalho pedagógico e refletir sobre as complexas questões que envolvem o real, isto é, uma “prática refletida” (idem), percebendo a escola na totalidade de suas relações com a sociedade.

 

Ter acesso a textos e obras, lê-los, relê-los, encontrar aproximações entre os autores é uma forma de adquirir conhecimentos sobre diferentes formas de perceber a realidade em um determinado contexto sócio-cultural.

 

Os encontros da Prática de Formação podem tornar-se momentos privilegiados de reflexão, onde textos de autores são referenciais teóricos que contribuem para ampliar a compreensão da realidade atual, tornando-se possível desenvolver o espírito crítico, a capacidade de abordar problemas sob a ótica científica e, em última instância, formalizar o conhecimento adquirido segundo as normas vigentes de redação de textos acadêmicos.

 

Neste encontro entre autor e leitor torna-se necessária a “honestidade intelectual” (Libâneo, 2003), na produção do trabalho escolar, pois diante das informações que estão cada vez mais rápidas e complexas, a facilidade de cópia, fraude ou apropriação indevida torna-se presente na vida estudantil, propiciando desonestidade acadêmica.

 

As instituições que ministram educação superior, em sua grande maioria, vêm apresentando preocupação crescente em promover a “integridade acadêmica”. Entre elas, a Escola Superior Aberta do Brasil – ESAB – que assim se expressa: “Três condutas indesejáveis são o plágio, a fraude e a colaboração imprópria na produção acadêmica.”

 

Segundo a Escola Superior Aberta do Brasil – ESAB:

 

“É considerado plágio: qualquer ato ou tentativa de usar o trabalho intelectual, idéias, representações conceituais ou materiais de outro... como se fosse produção própria.”

 

“Considera-se como fraude ou falsificação deliberada de dados a distorção de informações, conteúdos ou resultados. Também pode ser fraude a falsificação de documentos, de datas ou de imagens, bem como a entrada sem autorização em computadores e/ou redes para alterar qualquer tipo de informação.”

 

“Colaboração imprópria consiste na utilização de terceiros, sem a devida menção de sua participação, contribuição no desenvolvimento, organização ou revisão de um projeto, proposta, apresentação oral, escrita, ou numa pesquisa de campo.”

 

Com base em uma pesquisa realizada com 25 professores e 228 alunos, envolvendo de 5.ª a 8.ª série do Ensino Fundamental e Ensino Médio, no Colégio Estadual Sagrada Família, do município de Campo Largo, a respeito da solicitação de trabalhos escolares, pode-se concluir alguns aspectos presentes no contexto escolar, expressos nos seguintes dados:

 

• 48% dos alunos entrevistados afirmaram que os seus professores indicam fontes de pesquisa, contra 52% que negaram esta questão; no entanto 96% dos professores afirmam indicar as fontes.

 

• Quanto à questão da apresentação de tópicos a serem desenvolvidos no trabalho, a grande maioria (94.2%) dos alunos responderam que isso tem acontecido, o que condiz com a resposta dos professores que é equivalente a 100%.

 

• Outro fator relevante é a colocação de referências no final do trabalho, o que, segundo 73,7% dos alunos, é cobrado pelos professores; dentre os professores entrevistados 84% disseram exigir o registro da referência.

 

• O último aspecto considerado na pesquisa diz respeito à orientação do professor quanto à citação do nome do autor da frase copiada, quando a maioria dos alunos (78,9%) responderam que essa orientação ainda não ocorre; quanto aos professores, somente 56% orientam a citação do nome dos autores na cópia das frases.

 

Através dessa pesquisa pode-se concluir que existem aspectos a serem aprimorados quanto à solicitação e realização de trabalhos escolares, uma vez que o aluno necessita ser educado a construir o saber escolar, com embasamento teórico e registro dos autores e fontes estudadas, pois o ato de pesquisar é ir além do senso comum e do que já se sabe.

 

É necessário que os professores, através da interação e discussão, desenvolvam uma prática que subsidie o aluno com elementos teóricos e metodológicos, possibilitando a concepção, o planejamento, a execução e o registro de trabalhos científicos, condição indispensável para uma educação de qualidade, pautada no “saber pensar”, necessário ao curso de Formação de Docentes, visto que a metodologia da pesquisa exige uma nova postura, onde os envolvidos no processo educativo, produzam conhecimentos a partir da problematização, relacionando-os a um determinado contexto cultural.

 

De acordo com Fazenda (1991) citada por Matos (2005, p. 93):

 

A história atual de uma determinada prática só pode ser revelada em sua complexidade quando investigada em sua origem de tempo e espaço, por isso a importância fundamental de que o pesquisador da prática investigue-a não só em sua ação imediata, tal como aparentemente se revela, mas se permita compreender as condicionantes históricas que a determinaram.

 

Conclui-se que, docentes e discentes, especificamente os integrantes do Curso Normal necessitam enriquecer a sistematização da reflexão sobre a teoria e a prática pedagógica, culminando o trabalho de reflexão com novas sínteses elaboradas individual e coletivamente, já que a fundamentação teórica permite ampliar a compreensão, registrar, reescrever textos, resultando numa aprendizagem cooperativa, na relação contínua entre teoria e prática, “entre o fazer e o pensar sobre o fazer” (Freire, 1997).

 

Falando sobre a reflexão, Furter (1997) opina que “A reflexão é uma qualidade muito necessária ao pedagogo, sobretudo quando adota uma atitude de busca sempre mais rigorosa, de pesquisa e de avaliação, de aperfeiçoamento permanente.”

 

Sendo assim, o momento do Estágio Supervisionado, pode ser espaço de crescimento e reflexão sobre as questões sociais que impactam a formação docente, possibilitando que os envolvidos no processo educativo transformem-se em “profissionais críticos-reflexivos” (Pimenta, 2003), agentes formadores de opiniões, capazes de escolher, entre diversos autores, aqueles que se aproximam das concepções educacionais progressistas.

 

 

REFERÊNCIAS

 

 

ESAB. Introdução ao sistema campus on-line. Módulo 01, capítulo 3. Disponível em: http://www.esab.edu.br/. Acesso em: 21 maio 2007.

 

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

 

GASPARIN, João Luiz. Uma didática para a pedagogia histórico-crítica. 3.ed. Campinas: Autores Associados, 2005.

 

LIBÂNEO, João Batista. Formação intelectual. IESDE,2003. 1 fita de vídeo (50 min), VHS, son., color.

 

MATOS, Junot Cornélio. Uma compreensão sobre a ciência: desconstruindo a dicotomia teoria/prática. Revista de Educação AEC, Brasília, n. 137, p. 77 - 94, out./dez. 2005.

 

PIMENTA, Selma Garrido. O estágio na formação de professores: unidade teoria e prática? 6.ed. São Paulo: Cortez, 2005.

 

VASCONCELLOS, Celso dos S. Construção do conhecimento em sala de aula. São Paulo: Libertad, 1993.

 

Comments (0)

You don't have permission to comment on this page.